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segunda-feira, 3 de maio de 2010

O que acontece com a Natureza...

Enviado por Ana Carolina Torres - 2.5.2010 10h16m

Mergulhadores recolhem lixo em praias e rios

Eles se especializaram em realizar trabalhos na água, como construções de pontes e soldagens. Mas nos últimos tempos, a grande poluição nos mares os fez colocar mais um item no currículo: o recolhimento de lixo. Um grupo de dez mergulhadores da Water Sub — firma que presta serviços a grandes empresas — forma uma espécie de tropa de elite aquática e vem ajudando a diminuir a poluição causada pelo homem. — A gente encontra de tudo no mar: de garrafas pet a animais mortos — disse o diretor administrativo da Water Sub, Demetrius Dias Machado, de 33 anos. Fazer a retirada do lixo exige que os mergulhadores tenham habilidade com as mãos e também ferramentas adaptadas. Roupas especiais também são necessárias. Quem está trabalhando no Canal do Fundão, que fica às margens da Ilha do Fundão, por exemplo, tem que vestir as chamadas roupas secas. — Elas são totalmente vedadas. Não deixam a água suja entrar em contato com a pele — contou Demetrius. Na semana passada, Zé Lixão acompanhou os mergulhadores Vagner Carriço, de 32 anos, e Marcus Vinícius Martins da Silva, de 23, em um mergulho num trecho da poluidíssima Baía de Guanabara. O boneco cidadão ficou impressionado com a quantidade de sujeira que os dois retiraram da água. — É de impressionar demais mesmo. A quantidade de lixo que há concentrada no mesmo lugar é imensa — disse Vagner Carriço. Ele, que trabalha com mergulho profissional há mais de três anos, disse que não pode precisar a água mais suja que já viu até hoje: — Está tudo sujo demais. É triste ver a natureza se acabando assim. E pensar que tudo isso é culpa de nós mesmos. Se a humanidade tivesse um pouquinho mais de consciência, teríamos um planeta melhor para deixar para nossos filhos. Assim como Zé Lixão, quem quiser saber mais sobre o trabalho dos mergulhadores deve acessar a página da Water Sub na internet. O endereço é www.watersub.com.br

Lixo em rio vira uma emergência

Para quem ainda não entendeu a gravidade dos problemas causados pelo lixo jogado nos mares e rios, Demetrius contou uma emergência que teve há duas semanas. Acompanhado de uma equipe, o mergulhador teve que ir às pressas para São Jesus de Itabapoana, município do Rio que faz divisa com o estado de Minas Gerais. Lá, uma grande quantidade de lixo estava bloqueando a passagem de água na comporta da hidrelétrica da cidade. Com isso, a produção de energia diminuiu e houve risco de apagões. — Tiramos quase uma caçamba de entulhos de lá. O lixo havia formado um verdadeiro paredão — disse Demetrius. Sem despoluição
Coordenador da Associação Permanente das Entidades de Defesa do Meio Ambiente (Apedema), Guerhard Sardo lamentou que os mergulhadores tenham que catar lixo das águas. Ele classificou a situação como “um reflexo da nossa realidade ambiental”. Para ele, se as autoridades competentes trabalhassem na despoluição, isso não seria necessário: — A Baía de Guanabara, por exemplo, tem projetos para sua recuperação desde a década de 70. Mas eles nunca saíram do papel. Segundo Guerhard, a grande poluição dos rios e mares acontece por causa da ocupação desordenada das cidades e também da falta de conscientização por parte da população. — O pior é que tudo o que se faz hoje em dia é paliativo. Nada de eficaz vem sendo realizado para mudar essa situação. Os rios e mares se tornaram verdadeiros lixões no decorrer dos anos — disse.

Artigo: A natureza está gritando

Digo sempre que recebi um chamado. Há oito anos, estava num voo indo para Vitória do Espírito Santo e li numa revista de bordo um estudo sobre as águas do Amazonas, feito por um instituto estrangeiro. Virei a página e dei de cara com dados de um cientista sobre o aquecimento global. Fiquei apavorada. Nessa época, minha filha tinha apenas um aninho e vi que aquele não era o mundo que desejava para ela. Comecei a pensar no que poderia fazer. Quando cheguei ao aeroporto, um senhor me abordou. Ele era de uma empresa e estava me convidando para participar de um evento sobre o Meio Ambiente. Para mim, foi uma série de coincidências impossível de ignorar. Voltando para casa, vi uma reportagem sobre uma mulher que vivia de catar lixo. Fiz uma pesquisa sobre o lixo no Brasil e descobri que somos o terceiro maior gerador de lixo no planeta. Mas não reciclamos. Resolvi partir para uma ação mais efetiva com o meu marido e criamos a ONG. Passamos por muitas dificuldades, alguns amigos nos tornaram alvo de chacotas. Mas quase dez anos depois, esses mesmos amigos começam a entender que a natureza está gritando. Hoje, gerenciamos mais de 130 cooperativas de lixo em todo o Brasil através da ONG. Somos procurados por grandes empresas.


Isabel Fillardis é atriz e criou a ONG Doe seu Lixo.

1 comentários:

Luiz@ Oliveir@ disse...

... é muito triste o que está acontecendo com a natureza de forma geral, pois não é somente aqui no Brasil...precisamos fazer alguma coisa e já...

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